Estabelecer a confiança com adolescentes resistentes muitas vezes pode ser uma tarefa desafiadora, mas ela é fundamental para construir um relacionamento produtivo, além de estarmos formando adultos responsáveis e saudáveis. Mas como podemos estabelecer essa relação de confiança com esses adolescentes resistentes? Vamos falar sobre isso no artigo de hoje. Confira!

Cada adolescente é único, e o importante é construir uma base de confiança mútua, promovendo um ambiente onde eles se sintam seguros para expressar e buscar orientações quando necessário. 

Promover um ambiente seguro envolve a criação não somente de um espaço físico, mas principalmente emocional, que oferece apoio e proteção. 

É criar adolescentes livres do medo, da insegurança, já que essa fase da vida vem carregada de inúmeras mudanças, hormônios a flor da pele, e tantos outros fatores influenciadores. 

1. A escuta ativa

A primeira estratégia é a escuta ativa. Ouça sem julgar, demonstre empatia e valide seus sentimentos. 

A escuta ativa é uma habilidade de comunicação que envolve prestar atenção, compreender, interpretar e responder de maneira significativa ao que outra pessoa está dizendo. 

É um componente fundamental para estabelecer relacionamentos saudáveis e eficazes, tanto pessoalmente quanto profissionalmente.

Com os adolescentes, ter escuta ativa é primordial, pois são tantas as suas questões. O que eles precisam é de alguém que está disposto a ouvir os seus medos, as suas dúvidas e questionamentos.

Escute atentamente e demonstre um interesse genuíno nas preocupações, nos pensamentos e sentimentos deles. Lembre-se de ouvir sem julgar, evitando interrompê-los. Essa escuta ativa é o que faz estabelecer a confiança.

Ao tentar entender o ponto de vista deles, mesmo que você não concorde, emite a mensagem de que você se importa com o adolescente. Ao validar as suas experiências emocionais você cria um ambiente mais propício para a confiança.

Ela não apenas melhora a qualidade da comunicação, mas também fortalece os relacionamentos, promove a empatia e contribui para a resolução eficaz de problemas.

Se comunique de maneira clara e consistente. Certifique-se de que as expectativas e as informações importantes estão sendo transmitidas e comunicadas de forma compreensível e regular.

O educador parental pode ajudar nesse sentido, dando a direção sobre como reagir a determinadas situações e viabilizando ferramentas que geram essa escuta ativa.

2. O comprometimento

A segunda é o comprometimento com consistência e previsibilidade. 

O comprometimento com consistência e previsibilidade na criação dos adolescentes é o pilar para estabelecer um ambiente seguro e confiável. Esses elementos fornecem estrutura e orientação, promovendo o desenvolvimento saudável dos adolescentes.

Para proporcionar estrutura ensinando-os a entender o que é esperado deles, deixe as regras bem definidas e as expectativas claras sobre os comportamentos deles. 

Criar rotinas previsíveis para o dia a dia, pois elas ajudam os adolescentes a se sentirem seguros, proporcionando uma sensação de estabilidade em meio às mudanças que estão ocorrendo em suas vidas, visto que são inúmeras, grandes e intensas.

Esteja disponível de uma forma consistente para o adolescente, isso significa estar presente para conversas fortes e decisivas também, dando apoio emocional e a orientação quando necessários. 

Sirva como um modelo de comportamento consistente. Nós, seres humanos, aprendemos muito mais pelo exemplo, aprendemos observando comportamentos, e um comportamento consistente ajuda a estabelecer padrões positivos.

Embora a consistência seja necessária, não significa que não exista a flexibilidade dentro dos limites estabelecidos. Ao revelar uma certa flexibilidade você ajuda o adolescente a desenvolver habilidades de tomada de decisões e responsabilidade.

Incentive a responsabilidade pessoal para que compreendam as consequências das suas escolhas e a responsabilidade de assumirem as suas ações.

Independentemente da situação que for, ofereça o apoio duradouro, pois a adolescência é a fase que enfrentam desafios emocionais, acadêmicos, sociais e o que necessitam é de apoio constante.

O comprometimento com a consistência e a previsibilidade fornece uma base sólida para o desenvolvimento dos adolescentes, ajudando-os a cultivar a confiança, a responsabilidade e a segurança emocional. Essa abordagem cria um ambiente onde os adolescentes se sentem apoiados enquanto enfrentam os desafios e descobrem quem são. 

Por isso, cumpra suas promessas, mostrando que é confiável, a confiança é uma construção para longo prazo!

3. A Paciência

A paciência é uma virtude. Seja qual for a situação da vida!

No trabalho com adolescentes é uma qualidade valiosa que promove relacionamentos saudáveis e proporciona um crescimento e desenvolvimento positivo dos jovens. Reconhecer a singularidade de cada adolescente e estar disposto a investir tempo e esforço ao longo do processo são aspectos fundamentais dessa abordagem paciente.

Já que a adolescência é um período caracterizado por mudanças rápidas, desafios emocionais e uma busca incansável por identidade, a paciência é crucial nessa jornada.

Como os adolescentes estão passando por diversas mudanças físicas, emocionais e cognitivas, a paciência permite que nós respeitemos o ritmo único de cada adolescente.

Ela é fundamental para estabelecer uma comunicação aberta e eficaz. Adolescentes podem levar tempo para expressar seus sentimentos e pensamentos, e a paciência facilita esse diálogo.

São tantas as questões, inúmeras situações, as variações de humor por exemplo, são comuns durante essa fase devido a mudanças hormonais e pressões sociais. Aliar-se com a paciência nesse momento ajuda a lidar com essas flutuações sem reações impulsivas.

A paciência permite oferecer o apoio sem julgamento, reconhecendo que o adolescente está explorando a sua identidade, e que podem acabar cometendo erros ao longo do caminho, mas que todos nós estamos passíveis a erro, e eles são possíveis de serem sanados.

3.1 – Estratégias para cultivar a paciência

Nem sempre somos providos de paciência, mas algumas estratégias são possíveis e aplicáveis no dia a dia com os adolescentes. Enquanto Educadores Parentais, podemos informar os pais sobre essas estratégias, para que a relação familiar seja positiva:

  • A Autoconsciência, é você se conscientizar dos próprios limites e das suas emoções, assim, isso permite que se prepare mentalmente para os momentos mais desafiadores, com isso, evitando reações impulsivas.
  • A prática da empatia contribui para a paciência ao reconhecer as complexidades dos desafios que eles enfrentam, assim, tente compreender as expectativas e perspectivas do adolescente.
  • A definição de expectativas realistas. As expectativas realistas sobre o desenvolvimento e comportamento dos adolescentes evita frustrações desnecessárias.
  • O tempo para reflexão. Antes de reagir as situações desafiadoras, reflita, pare. Primeiro pense, controle sua emoção, reflita, somente depois reaja. Isso evita respostas impulsivas e promove uma abordagem mais ponderada. Além de evitar conflitos, discussões e brigas. 

Conclusão

Quando você pratica a escuta ativa, o comprometimento e a paciência, você cria alicerces sólidos de confiança com adolescentes resistentes, permitindo uma colaboração mais eficaz.

Reconhecer que os adolescentes possuem necessidades, estabelecer limites, e as regras necessárias para o bom convívio, além de dar espaço para as tomadas de decisões de cada membro familiar, expressando as opiniões com respeito mesmo que cada uma seja diferente da outra, é fundamental.

Cultivar a paciência, praticar a escuta ativa e demonstrar comprometimento são fundamentais na construção de relacionamentos saudáveis. 

Ao investirmos tempo e energia nesses aspectos, não apenas fortalecemos os laços emocionais, mas também contribuímos para o desenvolvimento positivo dos jovens, fornecendo-lhes um suporte valioso enquanto atravessam as complexidades da adolescência. 

A habilidade de compreender, respeitar e se comprometer com os adolescentes abre caminho para um futuro mais solidário e harmonioso.

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