Muitas pessoas têm dúvida sobre essa diferença e chegam até a pensar que precisam primeiro fazer uma formação de coaching “genérica” para depois se especializar no coaching parental.

E por isso eu vou logo de cara responder a uma pergunta que sempre recebo:

Eu preciso fazer uma formação genérica para depois fazer a formação em parent coaching?

A resposta é um sonoro NÃO. Você não precisa fazer uma formação genérica primeiro. E o motivo é muito simples:

Se você já sabe o nicho em que quer atuar, por qual motivo faria uma formação genérica? Não tem sentido fazer uma formação inteira com ferramentas genéricas para depois ter que investir mais tempo e dinheiro para fazer a formação no nicho certo para você. 

Neste artigo você entenderá melhor cada um desses dois segmentos do coaching, para tomar a sua decisão de forma precisa e consciente:

O life coaching (ou professional self coaching) surgiu na década de 1960, com esse conceito de coaching de vida. De forma bem simples, o coaching de vida ajuda uma pessoa a atingir determinado objetivo, aprimorar performance, qualidade de vida e realização pessoal. Então, ele ajuda o cliente a descobrir, traçar um plano e executar para conquistar o que deseja. 

Life Coaching

Em 1980, surgiu o coaching empresarial, por uma necessidade bem específica do mercado corporativo de melhorar a gestão de pessoas. E em 2000 surgiu o parent coaching, no Canadá e nos Estados Unidos, por uma necessidade da sociedade por esse olhar mais específico para as famílias, porque as dinâmicas mudaram tanto nos últimos tempos que o life coaching já não deu mais conta de atender.

Tanto o mundo corporativo quanto os sistemas familiares são singulares e envolvem não apenas o indivíduo, mas também estruturas complexas e redes de relacionamentos que sustentam todas as bases.

Não se constrói um império empresarial sozinho, assim como uma família não se constitui de apenas um indivíduo.

O profissional que trabalha nesses dois segmentos (corporativo e familiar) precisa ter ferramentas específicas para lidar com a especificidade do nicho, caso contrário, pode comprometer inclusive a vida do cliente (no coaching, chamamos de coachee). 

O que isso significa, na prática? 

Para melhor entendimento, vou dar dois exemplos reais:

Uma empresária conhecida minha, que faz a gestão de mais de 200 funcionários, contou que decidiu aplicar uma técnica simples de coaching sistêmico em uma colaboradora, que chegou abalada por problemas pessoais. O objetivo da empresária era mostrar o valor que essa funcionária tinha para muitas pessoas e, principalmente, para ela mesma. A técnica de coaching sistêmico foi aplicada em uma sexta-feira, e logo na segunda a colaboradora a chamou para conversar:

– Olha, eu vim te agradecer por mostrar o meu valor. Refleti muito nesse final de semana e descobri que realmente sou muito valiosa! E eu sou tão valiosa que estou aqui hoje para te pedir um aumento.

A técnica funcionou? Sim, absolutamente sim. No entanto, dentro do sistema corporativo, essa técnica causou um efeito colateral. A funcionária era remunerada conforme a sua função, mas, diante do que experimentou no exercício, entendeu que queria mais naquele momento (imediatismo), sem sequer pensar em quais competências ou qual evolução de cargo ela teria que passar para ganhar mais.

Quem já trabalhou ou trabalha no mundo corporativo sabe do que eu estou falando. Uma empresa que contrata um coach precisa estar muito atenta para não sofrer com pedidos de demissão em massa.

Life coaching

Agora vamos a um exemplo no coaching parental

Imagine uma mãe que quer ter realização profissional e independência financeira e procura um life coach para conquistar esses objetivos. O objetivo da mãe, que está totalmente relacionado à necessidade de autorrealização, é a recolocação no mercado. 

A mãe começa a projetar esse futuro, refaz currículo, identifica seus valores, faz a sua declaração de propósito individual, entrevistas, metas e planejamentos e, ao final das sessões de coaching, consegue se recolocar no mercado. No entanto, despreza as necessidades psicológicas do seu sistema familiar e não as ajusta às suas novas necessidades pessoais.

O sistema familiar, que antes funcionava de determinado modo, passa a ter uma dinâmica diferente depois de a mãe voltar ao trabalho, e os membros (filhos, cônjuge) começam a cobrar ações e atitudes, como estar mais presente, cuidar da casa como antes, ter disposição para sair, entre outras, não previstas pelo processo de life coaching.

Com as necessidades psicológicas abaladas, essa mãe não consegue ter a autorrealização com que tanto sonhou, mesmo atingindo o objetivo principal do life coaching, porque percebe que toda a sua família não a acompanhou na sua conquista.

Esse não é um exemplo fictício, é real e mais comum do que você imagina. A sociedade moderna caminha para uma geração movida a significado, propósito e qualidade de vida, só que está se esquecendo de um fator primordial: a autorrealização está hierarquicamente depois das necessidades psicológicas. E duas dessas necessidades psicológicas são os relacionamentos e o amor. Por isso, toda pessoa que tem como prioridade a sua família será muito mais impactada com o coaching parental.

É bem importante ressaltar que não significa que o life coaching seja um processo ruim, pelo contrário, ele ajuda a atingir objetivos, é indicado para uma enorme fatia de pessoas que desejam atingir objetivos pessoais e que estão na fase de descoberta individual, sem estar envolvidos emocionalmente com nenhum sistema familiar ou empresarial próprio. Essas pessoas estão no momento de olhar para as áreas de vida na sua totalidade, possuem objetivos individuais específicos e não correm o risco de colocar a perder empregos, relacionamentos conjugais ou com os filhos. 

Mas, afinal, life coaching ou parent coaching?

O objetivo de todo mundo é atingir a realização pessoal e ter qualidade de vida. É assim que o life coaching trabalha e o parent coaching também. Mas há diferenças muito cruciais daqui para a frente que impactam na escolha de um tipo ou de outro tipo de coaching:

1) A primeira diferença é bem clara. Para todo problema familiar, como relacionamento com os filhos, conjugal, com enteados, pais e outros membros familiares, é o parent coaching que oferece as melhores ferramentas, porque é específico para as relações familiares e isso é incontestável. Qualquer mãe ou pai que enfrenta dúvidas e dificuldades nos seus relacionamentos familiares se beneficia do processo.

Então, se hoje o seu nicho e a sua área de atuação é parental, se você atende pais e filhos em diversos contextos, se trabalha com questões familiares, com suporte a mães, pais, filhos e à família, o coaching parental é o ideal para você porque não precisa de ferramentas genéricas e sim das ferramentas certas e específicas para impactar e preservar a família.

2) A segunda preocupação dos profissionais é a falsa impressão de que ferramentas de life coaching darão mais abrangência e possibilidades de atuação. Esse é um equívoco por vários motivos, mas vou falar dois deles:

  1. O primeiro é que. se você possui uma missão de vida e ela passa por impactar pais, crianças e adolescentes, ter ferramentas mais abrangentes só vai fazer você perder tempo.
  1. O segundo é que o parent coaching possui abrangência maior do que você pensa. Ele engloba, além das situações óbvias, desafios mães e pais que possuem objetivos individuais, mas querem levar toda a família junto de maneira saudável.

Não sei você, mas conheço um monte de executivos que subiram de cargo, possuem salários ótimos, mas essa ascensão custou o equilíbrio da vida familiar. São pessoas que conseguiram, sim, chegar no topo da realização pessoal, mas não conseguiram sustentar a saúde familiar.

O life coaching (ou professional self coaching) é mais indicado para um casal sem filhos ou para pessoas que queiram mais qualidade de vida de forma individual. Já o Parent Coaching é indicado quando um casal, mesmo sem filhos, quiser planejar uma vida a dois que, em um futuro próximo, envolva os filhos que um dia desejam ter. É igualmente o mais indicado para quando um casal, agora com filhos saindo de casa, decide reestruturar sua vida para novos propósitos, mas também deseja manter os laços familiares saudáveis com os sistemas formados pelos seus filhos.

De forma mais prática e visual, fazer um processo de coaching sem considerar o sistema familiar é “ir por fora”, pegar um atalho para viver a sua autorrealização. Construir um processo de coaching que preserve as necessidades básicas e psicológicas, individuais e familiares, ao mesmo tempo que desenvolve necessidades de autorrealização, é o papel lindo do coach parental.

Trabalhar ferramentas de parent coaching não significa desconsiderar objetivos individuais, e sim alinhar esses objetivos ao sistema que o cliente escolheu viver.

Aprenda a escolher pelos motivos certos

Então agora você descobriu muitas coisas bem importantes:

1) A mais importante, do meu ponto de vista, é que não precisa ter mais medo: se você já sabe que o seu nicho e o seu propósito é ajudar pais e filhos, o coaching parental é ideal para você, e não precisa primeiro fazer life coaching ou nenhum outro tipo de coaching. Hoje já temos dentro da Parent Coaching Brasil a Formação Completa EPC, para você atuar com segurança na área parental.

2) Você também aprendeu que o coaching parental é mais abrangente do que imaginava e engloba trabalhar com objetivos pessoais, respeitando e preservando a família.

3) Aprendeu que o life coaching é um processo importante para vários aspectos, assim como o executive coaching também é. Cada um tem uma função e uma utilidade, e todos dão resultados. Agora, se a questão é familiar, seja em conflitos, educação de filhos, ou se é pessoal, como mães que querem melhorar as finanças da família, encontrar recolocação no mercado, ter mais tempo livre ou pais que querem conciliar vida profissional com familiar, ter melhores relacionamentos e incluir a família nas suas conquistas pessoais, ou seja, que entende que a família é o pilar necessário para a realização pessoal e quer preservá-la, o parent coaching é o método ideal.

Espero que este artigo tenha deixado claro para você, que deseja atuar com parentalidade, a diferença e a importância de escolher certo. Eu garanto que a escolha certa lhe dará muito mais segurança. 

Se você não tem certeza do seu propósito de vida, não sabe se é trabalhar com pais e filhos, então o life coaching é a melhor opção. Se você já tem a sua missão de vida definida e ela engloba transformar famílias, crianças e adolescentes, se estudou para isso, já atua na área e quer mais recursos ou se descobriu o seu propósito agora, seja bem-vindo à Família Parent!

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