A autoestima é como uma semente: quando bem cuidada, cresce forte, saudável e cheia de potencial. E adivinha onde esse cultivo começa? Exatamente em casa! Pais, mães e cuidadores têm um papel fundamental na construção da autoestima infantil — e, sim, a educação parental é uma das chaves para criar crianças seguras, confiantes e preparadas para os desafios da vida.

Se você quer entender como fortalecer esse pilar emocional desde cedo, vem com a gente. Este conteúdo vai abrir portas importantes para quem busca transformar não só a vida dos filhos, mas também a própria jornada como educador.

A relação entre autoestima parental e autoestima infantil

Sabe aquela velha máxima do “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”? Pois é… na prática, ela não funciona muito bem. Crianças não aprendem apenas ouvindo, mas principalmente observando. Quando pais e mães possuem uma autoestima saudável, esse comportamento reflete diretamente no desenvolvimento emocional dos pequenos.

Quando o adulto se enxerga com amor, respeito e empatia, ele transmite isso naturalmente para seus filhos. E o contrário também acontece: inseguranças, autocríticas excessivas e baixa autovalorização podem, sem querer, impactar a autoestima infantil.

Aqui, a educação parental entra como uma ferramenta poderosa, ajudando os adultos a se conhecerem, entenderem seus próprios gatilhos emocionais e, assim, oferecerem uma criação mais consciente, empática e acolhedora.

5 frases que prejudicam a autoestima das crianças (e como substituí-las)

Na correria do dia a dia, é muito comum que, sem perceber, a gente acabe soltando frases que parecem até inofensivas, mas que, na verdade, podem deixar marcas profundas na autoestima das crianças. Afinal, o que falamos tem poder, e as palavras podem ser verdadeiros tijolos ou bombas na construção do amor próprio dos pequenos.

Por isso, que tal olhar para essas frases comuns com um olhar mais carinhoso e pensar em jeitos melhores de se comunicar? Trocar o “tô nem aí” pelo “tô junto” faz toda a diferença!

1. “Você não faz nada certo!”

Quem nunca, cansado ou frustrado, soltou essa frase? O problema é que ela faz a criança sentir que nunca é suficiente — e isso pode minar sua confiança aos poucos. Em vez de jogar essa culpa toda pra cima dela, que tal virar o jogo e convidar para a parceria?

Substitua por: “Vamos tentar de outra forma juntos?”

Essa frase mostra que errar é parte natural do aprendizado, que o esforço vale mais do que a perfeição e, principalmente, que você está ao lado dela, oferecendo apoio, não julgamento.

2. “Por que você não é como seu irmão (ou colega)?”

Comparar é uma armadilha que muita gente cai, mas na autoestima infantil, pode ser uma verdadeira cilada. Quando uma criança ouve que “não é como fulano”, ela sente que não é aceita pelo que é, e isso gera insegurança e baixa autoestima.

Substitua por: “Cada pessoa tem seu próprio jeito de fazer as coisas, e tudo bem!”

Essa mensagem valoriza a individualidade e ajuda a criança a entender que ser única é algo incrível, e que não precisa tentar caber no molde de ninguém para ser amada.

3. “Você é muito preguiçoso!”

Rotular uma criança como preguiçosa pode ser doloroso e limitante. Na verdade, por trás de um comportamento que parece falta de vontade, muitas vezes há cansaço, desânimo ou até insegurança.

Substitua por: “Parece que hoje você não está muito animado, quer conversar sobre isso?”

Com essa abordagem, você abre espaço para a criança expressar o que sente, sem se sentir julgada. Ela aprende que suas emoções são importantes e válidas, o que é fundamental para construir uma autoestima saudável.

4. “Deixa que eu faço, você não consegue!”

Quando adultos assumem tudo para evitar “fracassos” dos pequenos, o que acontece é que a criança deixa de experimentar, de tentar, de se sentir capaz. Isso prejudica a autoconfiança e cria a ideia de que ela não é competente.

Substitua por: “Posso te ajudar, mas quero que tente primeiro.”

Esse incentivo estimula a autonomia e mostra que, mesmo que ela precise de ajuda, é importante dar o primeiro passo sozinha. Assim, a criança começa a construir sua própria sensação de competência e orgulho pelas conquistas.

5. “Se você se comportar assim, ninguém vai gostar de você.”

Essa frase amarra o amor ao comportamento, criando a falsa ideia de que a criança só será amada se “se encaixar” em determinados padrões. Isso pode gerar medo, ansiedade e baixa autoestima.

Substitua por: “Esse comportamento não é legal, mas você é uma pessoa incrível e podemos melhorar isso juntos.”

Essa mensagem ensina que o comportamento pode ser ajustado, mas que o amor e o valor da criança são incondicionais. O foco deixa de ser a punição e passa a ser o acolhimento e o crescimento.

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Veja como a educação parental pode ser usada para fortalecer a identidade infantil. | Foto: Freepik.

Educação parental como ferramenta para fortalecer a identidade infantil

A boa notícia é que a autoestima não nasce pronta — ela é construída! E, nesse processo, a educação parental se torna uma verdadeira bússola.

Por meio dela, nós aprendemos a:

  • Praticar uma comunicação mais respeitosa e assertiva.
  • Validar os sentimentos das crianças, sem minimizar ou ignorar.
  • Oferecer um ambiente seguro, onde errar faz parte do aprendizado.
  • Reconhecer e celebrar esforços, não apenas resultados.
  • Fortalecer a autonomia, permitindo que os pequenos façam escolhas compatíveis com sua idade.

Quando olhamos para nossos filhos não apenas como “mini adultos” a serem moldados, mas como indivíduos únicos em desenvolvimento, criamos as bases para uma autoestima sólida e duradoura.

A importância do erro no desenvolvimento da autoestima

Sim, errar é fundamental! Quando uma criança entende que o erro não é sinônimo de fracasso, mas uma etapa natural do aprendizado, ela desenvolve resiliência, confiança e segurança para encarar desafios maiores na vida.

Autoestima na adolescência: o papel do coaching parental

Chegamos à fase onde tudo parece um turbilhão: a adolescência. E, se na infância construímos as bases da autoestima, na adolescência elas são constantemente testadas.

As pressões sociais, a busca por pertencimento, as comparações e os questionamentos sobre identidade fazem parte desse pacote. É aqui que o coaching parental brilha ainda mais.

Através dessa abordagem, nós ajudamos os pais a:

  • Manterem o diálogo aberto, sem julgamentos.
  • Reforçarem a confiança dos filhos, mesmo diante dos conflitos típicos da fase.
  • Estabelecerem limites saudáveis, sem recorrer ao autoritarismo.
  • Trabalharem juntos o senso de identidade, propósito e autoconfiança.

Quando o adolescente percebe que tem em casa um porto seguro — onde pode ser quem é, sem medo — sua autoestima cresce, mesmo em meio às inseguranças naturais desse período.

Cuidar da autoestima é construir um legado emocional

Cuidar da autoestima dos nossos filhos é muito mais do que garantir que eles sejam crianças “felizes” no agora. É oferecer ferramentas emocionais que eles carregarão por toda a vida.

A educação parental não entrega fórmulas prontas (e nem promete mágica). Ela oferece conhecimento, consciência e estratégias para transformar relações e fortalecer vínculos. Afinal, quando os pais crescem, os filhos florescem.

Se você quer ver mais coisas sobre autoestima e se aprofundar ainda mais nesse processo, entendendo como podemos caminhar juntos nessa jornada, te convidamos a conhecer mais sobre o nosso trabalho aqui na Parent Coaching.